Bib Aveiro |
A Redacção e Administração de Vasco Lemos Mourisca, proprietário do Jornal, iniciou primeira publicação a 1972-11-16 com Vasco Lemos Mourisca como editor, director e proprietário.
A publicação periódica, o jornal "O Arauto de Osseloa" era impresso na Tipografia A Lusitania, na Rua do Sargento Clemente de Morais, em Aveiro, e tinha como suplemento mensal de divulgação jurídica a "Toga", em que colaboravam muitos advogados e magistrados.
Em Abril de 1983 é nomeado para o cargo de Director-Adjunto Ruy Mendes Tavares.
Ao fim 228 fascículos publicados (1984-12-01), a Redacção encerrou em com a morte de Vasco Lemos Mourisca em 1984-12-13, passando a propriedade do periódico para sua esposa Maria das Dôres Enes Corte Real de Lemos Mourisca.
A 30 de Maio de 1985, com o intuito de relançar o Jornal, o antigo Director-Adjunto Ruy Tavares adquire a empresa pela importância de 2000 escudos. Nesse ano, recebe os direitos de propriedade do periódico tendo-se inscrito como Empresa Jornalística em 1985-06-20 sob o n.º 210947, averbado ao periódico "O Arauto de Osseloa" com registo n.º 101881.
Ainda em 1985 tentou-se uma iniciativa de promoção para o relançamento do Jornal na sala de reuniões do salão dos Bombeiros, formando-se uma Comissão Promotora para esse efeito composta por José Homem Albuquerque Ferreira, Ruy Mendes Tavares e Orlando Bismarck Ferreira. No entanto, por falta de publicações, a inscrição da Empresa Jornalística seria cancelada em 1986-06-20, de acordo com o art.º 15 da Portaria n.º 640/76, de 26 de Outubro, ficando essa situação registada por carta de 20 de Julho de 1997 ao Instituto da Comunicação Social.
Arquivo Municipal
Jornal quinzenário com divulgação nacional. Incluía o suplemento jurídico "Toga". Nos últimos anos chegou-se a ponderar a mudança do nome do jornal uma vez que não era apenas um jornal local.
O Arauto de Osseloa era um caso sui-generis no panorama da imprensa regional, um bocado ao estilo do Jornal do Fundão do António Paulouro. Era um jornal regional, mas era também e porventura essencialmente, um farol de cultura. Pouco tempo sobreviveu à morte do seu director, um desalinhado dos cânones tradicionais da velha cultura lusitana, um intelectual e um artista de estéticas porventura consideradas algo extravagantes para o marasmo do meio naqueles anos, mas inegavelmente um homem de grande envergadura intelectual. Chamava-se Vasco de Lemos Mourisca e certamente em países que valorizam mais os seus vultos das letras seria alguém com lugar marcado na história. Tendo nascido em Portugal e atrevendo-se a desafiar a ordem vigente, foi alguém que só os conterrâneos e poucos mais recordam...
Leão Amarelo / CdC, 29/07/2010
O Espólio Piteira Santos do Centro de Documentação 25 de Abril (Universidade de Coimbra) inclui os seguintes exemplares: ARAUTO (O) DE OSSELOA. 1976: Ano 3, nº 64; 1982: Ano 8, nºs 177, 178, 181, 188, 189; 1984: Ano 9, nºs 216, 217
Mahomed Yiossuf Mohamed Adamgy era autor da secção "O Islamismo em Foco", nos anos de 1983/1984.
O advogado aguedense Manuel da Costa e Melo foi outro dos colaboradores:
Uns anos mais tarde o Vasco lançou o seu sonho tremendamente misto: o «Arauto de Osseloa», a que pretendeu dar um cunho original, ainda que com perda de certos pruridos libertários e anti-clericais (...)
in "Memórias cívicas, 1913-1983" - Manuel da Costa e Melo (1988)
Nº 1 - 16 de Novembro de 1972
Nº 228 - 1 de Janeiro de 1985 [ano 9]
prop. ed. e dir. Vasco de Lemos Mourisca
Nota: o dr. Vasco de Lemos Mourisca faleceu em Dezembro de 1984